Não existe algo tão humano e tão sofisticado quanto a escrita, o ato simples de passar ideias por meio de pedaços de papel, mensagens eletrônicas ou qualquer derivado que permita tal ato. Escrever permitiu que ideias de filósofos, sábios e governantes sobrevivessem pelo tempo, da mesma forma que destruir a escrita atrasou o pensamento humano em milênios.
William Zinsser (1922-2015) foi um jornalista, escritor, autor, crítico literário, amante de jazz e, principalmente, um professor. Esse atributo permitiu que ele escrevesse um dos livros mais indicados para novos autores de não ficção, um livro que, sem modéstia, usa o título “Como Escrever Bem” e tem o intuito de ser um manual com ideias de como um jovem autor deve pensar seus textos a fim de melhorá-los.
Adquiri meu exemplar do livro em 2016, um ano após a morte do autor, por recomendação de um professor que conhecia o trabalho de Zinsser e já havia lido outros textos dele. Na época, li algumas páginas, porém, como meu foco não era escrever não ficção, o ignorei por completo. Retornando à leitura algumas semanas atrás, e hoje, após terminar de ler, escrevo estas palavras desejando uma máquina do tempo, pois, se tivesse lido antes, muito da minha escrita seria melhor hoje.
A minha edição é antiga e não possui os capítulos referentes à escrita de material humorístico ou críticas literárias e resenhas, algo que senti falta. Também não sei se as novas edições possuem esses capítulos, mas gostaria de recomendar a leitura de qualquer edição mesmo assim, principalmente se você é um jornalista, criador de conteúdo, blogueiro ou youtuber. Digo isso porque é comum vermos tutoriais, artigos e similares ensinarem a produção de escrita para internet como se fosse igual a escrever um filme, um conhecimento que é válido, mas que é totalmente diferente nesta terra digital. Na internet, muitas vezes, não estamos criando histórias, estamos contando uma mensagem, e saber contar uma boa mensagem é algo que William Zinsser sabia bem.