Setembro 5
Baseado no Massacre das Olimpíadas 1972, Setembro 5 apresenta um filme que pretende discutir os acontecimentos pela ótica dos jornalistas que cobriram o ocorrido.
Durante as Olimpíadas, um grupo de terroristas palestinos invade a Vila Olímpica e faz a delegação israelense de refém. Sob esta ótica, a equipe de jornalistas esportivos da ABC, que estava no local, acaba por cobrir ao vivo cada momento desta história.
Análise Técnica e Crítica
É completamente difícil transmitir na tela de cinema o que acontece em uma sala de corte de uma emissora de TV. Os jornalistas discutem e tomam decisões constantes para levar uma boa história para a casa das pessoas. A escolha do diretor Tim Fehlbaum, que também assina o roteiro, parece à primeira vista um desafio, porém, baseado no resultado, podemos dizer que ele conseguiu.
Usar a ótica dos jornalistas acaba servindo como um pano de fundo maior do que contar o ocorrido, pois desta forma, o filme consegue explorar temas diversos como: A ética do jornalismo, a importância das Olimpíadas, o período histórico e político, etc. A importância dos temas é transmitida ao espectador de forma coesa, visto que os personagens principais nunca haviam pensado em tais assuntos; até o determinado momento, assim o espectador acaba sendo convidado a pensar e refletir com os personagens.
O filme anda usa imagens de arquivo enquanto aposta em uma fotografia escura e granulada. Ao fazer isso, o espectador consegue sentir como se estivesse vendo o ocorrido por meio de uma antiga televisão de tubo.
Conclusão
Apesar dos acertos, o filme sai em um momento complicado, afinal, ele coloca o embate Israel e Palestina e apresenta um claro lado. Setembro 5 é um filme competente e importante, mas que será usado como ferramenta de propaganda política, não pela sua história, mas pelo momento histórico em que está sendo lançado.
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