Perfeitos Desconhecidos, novo filme de comédia dramática nacional, é a versão brasileira do sucesso mundial Perfetti Sconosciuti e promete discutir a velha máxima: por mais que se conheçam, no fundo, todos são desconhecidos.
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Na História:
Um casal decide fazer um churrasco para comemorar a aquisição de sua nova casa e convida seu fiel grupo de amigos. Porém, após sua filha não largar o celular, surge a ideia de uma dinâmica em que todos deixarão seus celulares à mesa e compartilharão suas mensagens pessoais. O que era para ser uma diversão entre amigos acaba por despertar rusgas e segredos obscuros.
Previsibilidade e Limitação da Locação
Filmes com muitos personagens sempre sofrem devido a como aproveitar o espaço de tela de cada núcleo ou mesmo de cada indivíduo. Aqui, a aposta de usar predominantemente uma locação com todos os personagens interagindo em uma mesa permite que parte destes problemas sejam eliminados.
Em contrapartida, conforme a história avança e as relações entre eles ficam evidentes, acabamos por prever o que irá ou não acontecer na obra. Para alguns, esta previsibilidade pode trazer um conforto narrativo; para outros, deixa a história maçante.
Atuações e a Estética de Cópia
As interpretações, por outro lado, dependem muito mais de quem a interação está ocorrendo. Exemplo disso é Dalton Mello, que enquanto está interagindo com Sheron Menezzes consegue convencer como marido em um casamento em crise, mas o mesmo não se aplica à sua interpretação de amigo ao lado de Fabrício Boliveira, por exemplo.
Outro ponto que incomoda é como o filme se prende em tentar imitar uma estética do cinema italiano, com frases e piadas sucedidas de pausas reflexivas e uso de músicas para pontuar o fim de uma cena e o início de outra. Uma vez que sabemos ser uma adaptação, o filme se beneficiaria mais aceitando e abraçando uma estética própria, mas neste caso ficou parecendo uma tentativa de cópia.
O Ponto Positivo: A Luz da Narrativa
Porém, se tivermos que apontar um ponto positivo, é a sua iluminação e como a passagem de tempo dialoga com a mudança de humor e, principalmente, a narrativa. A história se inicia de manhã, com a alegria do início de um churrasco e de boas amizades. Conforme escurece, vemos as tensões aumentarem ao ponto de que, já à noite, vemos sua catarse.
“Perfeitos Desconhecidos” é um filme que funciona como obra de arte, mas devido a decisões pontuais, acaba por parecer muito mais uma cópia que uma adaptação em si. Mesmo sendo divertido e uma boa pedida para uma noite relaxante ao lado de um bom vinho, para puristas, o filme original já cumpre este papel.
