“O Sobrevivente”, baseado no livro de Stephen King e servindo como um remake do longa protagonizado por Arnold Schwarzenegger, é o novo filme de Edgar Wright com Glen Powell, e promete ser uma aventura com muitas cenas de ação. Mas será que consegue?
Na História:
Em futuro distópico, homem desesperado sem remédios para filha aceita participar de reality show brutal, enfrentando violência extrema com única missão: sobreviver contra todas adversidades.
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Wright, a Homenagem e a Crítica
Edgar Wright é um diretor inventivo, com uma marca única em seus filmes, principalmente ao misturar cenas de ação com músicas que combinem de forma quase sistemática. Em seus trabalhos, a edição funciona como um personagem à parte e marca a grande experiência visual de seus longas.
Em “O Sobrevivente”, o diretor aposta em algo diferente: emular a edição de um reality show e, principalmente, enfatizar as cenas de ação para dialogar com a obra original, mas ainda dando um charme único.
Apesar de o longa ser independente, ele se propõe a homenagear o filme principal, seja por cenas copiadas em cenário e figurino, a representações gráficas do personagem de Schwarzenegger ou mesmo frases proferidas da mesma forma. Algo que poderia parecer cansativo ou não original, mas Wright consegue inovar ao trazer um mundo marcado pela sede de violência e uma idealização de justiça criada pela mídia. Tudo isso com cenários e figurinos que conseguem convencer que aquele mundo não somente é real, como tem paralelos com nossa sociedade.
O Carisma de Glen Powell
Inclusive, é justamente na crítica à mídia e à forma que ela é usada por corporações a fim de controlar uma sociedade que o longa, além de se destacar, consegue mostrar seu diferencial. Se o filme original se pautou em ser uma obra de ação nos moldes em que o ator austríaco estava consagrado, este usa o carisma de Glen Powell para mostrar um homem preso em uma sociedade que não somente o abandonou, como usa sua miséria como forma de entretenimento.
Porém, se por um lado a crítica social é algo que enriquece a obra, seu excesso e, principalmente, a sua virada tornam-se cansativos ao final. O longa, que cria toda uma ideia de originalidade, ao buscar um final romântico e satisfatório, acaba por entregar algo sem propósito que diminui a força da história, além de torná-la entediante.
“O Sobrevivente” de 2025 é uma obra que tem seus méritos, mesmo com um final pouco satisfatório que irá dividir a opinião dos espectadores. É um filme empolgante em essência e funciona como um entretenimento de fim de semana fortemente recomendado para aqueles que buscam simplesmente se divertir na sala de cinema.
