Anunciado no dia 2 de dezembro de 2024, a gigante do entretenimento confirmou o fim da Disney Channel no Brasil e de outros canais a cabo de seu portifólio.
A informação divulgada pela F5 da folha de são Paulo e confirmada pela gigante do entretenimento, conforme a empresa, a decisão ocorre devido ao baixo número de audiência no país, e os canais deverão sair do ar no dia 28 de fevereiro.
Outros canais, como Star Channel, Cinecanal, FX, National Geographic, Disney Channel e Baby TV, também serão encerrados. A exceção fica com os canais de esportes como ESPN.
A Gigante da mídia focará seus esforços em suas plataformas de Streaming como Disney+
Mas o que isso pode significar para o futuro da televisão brasileira?
TV por assinatura VS Streaming no Brasil.
TV por assinatura no Brasil é um fenômeno predominantemente da classe media brasileira, porem, não qualquer classe média brasileira, mas a de São Paulo, de público predominantemente masculino e com mais de 65 anos. Chegamos a esta afirmativa segundo levantamentos do IEB Brasil divulgado em setembro deste ano que divulgou uma pesquisa realizada pela Serasa Experian em uma entrevista com 23 milhões de pessoas.
Em comparação os serviços de streaming que em 2022 representavam 31,061 milhões de brasileiros, em 2024 atingiram mais de 31,107 milhões, representando um crescimento constante, mesmo que parte do país ainda não tenha acesso total a internet, mesmo assim os serviços de streaming tornam-se cada vez mais popular.
Planos convênios em planos de celular, e a possibilidade de se consumir seu conteúdo de praticamente qualquer lugar, ao alcance do celular em sua mão, permitiu que em levantamento pela Serasa Experian em entrevista com 31,107 milhões de brasileiros, identificasse que maioria dos consumidores tem entre 34 e 43 anos (28,4%) e em relação ao gênero, também são do gênero masculino e representam 50,4%. O que indica que em quanto o público da TV por assinatura torna-se cada vez mais velho, o público mais jovem vem preferindo a “comodidade” do serviço digital.
O que isso tem a ver com a Disney Channel?
Disney Channel e um canal do Grupo Disney que sempre foi focado em um público mais adolescente, programas como Hanna Montana, Os Feiticeiros de Waverly Place, As Visões da Raven, entre outros. Um público muito mais próximo do Streaming do que da TV a cabo.
Segundo levantamentos da martech Kids Corp junto a 4.807 jovens de 3 a 18 anos o consumo de conteúdo digital substituiu a televisão tradicional como principal fonte de entretenimento para os jovens brasileiros, alcançando quase o dobro (54%) do espaço ocupado pelo conteúdo offline (32%).
O que significa que tirando a notalgia de lado, é mais vantajoso para uma corporação como a Disney investir a onde seu público está do que manter um canal que não irá garantir a audiência necessária para sua manutenção.
E qual o futuro da TV a cabo no Brasil?
A tendência para os próximos anos é que cada vez mais o púbico da TV por assinatura torne-se mais velho, e com o investimento de empresas estatais e do setor privado na internet, o Brasil terá acesso à internet(5g) em sua totalidade de território até 2029.
O que significa que a TV por assinatura, caso queira ter uma sobrevida e continuar existindo, precisará mudar sua programação investindo em programas cada vez mais voltados para o público mais velho, significando uma programação com cada vez mais filmes, noticiários, programas educativos ou documentários e programas voltado a saúde e bem-estar.
Conclusão
A decisão da Disney de encerrar a transmissão de seus canais de TV a cabo no Brasil e focar em suas plataformas de streaming reflete uma mudança significativa no consumo de mídia. A evolução tecnológica e as preferências do público mais jovem estão impulsionando esse movimento. Com o crescente acesso à internet e a popularidade dos serviços de streaming, o futuro da TV a cabo no Brasil parece cada vez mais voltado para um público mais velho. As empresas de mídia precisarão adaptar suas estratégias e programações para atender a essas novas realidades, garantindo conteúdo relevante e acessível para manter sua audiência. A transição para o digital representa uma resposta às demandas e comportamentos dos consumidores.