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 ‘O Conde de Monte Cristo’ (2024): novo filme do premiado diretor Alexandre de La Patellière vale a pena?| Critica

Baseado na lendária obra de Alexandre Dumas, “O Conde de Monte Cristo“(2024) novo filme do premiado diretor Alexandre de La Patellière, que tenta resgatar a influência e o charme do gênero capa e espada. Mas fica a pergunta: vale a pena assistir?

História: Na história, acompanhamos Edmond Dantès (Pierre Niney), um jovem marinheiro que, após um ato heroico, desperta a inveja de seu comandante. Traído por seu amigo de infância, ele acaba sendo enviado para a prisão, onde conhece um misterioso homem que o treina e revela uma misteriosa fortuna. Anos se passam e, agora assumindo a alcunha de Conde de Monte Cristo, ele retorna à França em busca de vingança. O livro original, mesmo estando entre as obras mais lidas da ficção, foi originalmente publicado em um conjunto de folhetins, o que significa que, mesmo este filme tendo quase três horas de duração, muita coisa ainda ficou de fora.

Pontos positivos: Filmes de época chamam frequentemente a atenção pelo simples fato de terem um bom figurino, uma boa ambientação e algo que faça o espectador remeter aquele período e se encantar com o passado. Este filme, por outro lado, aposta em uma estética visual que mistura a ambientação com movimentos de câmera que ajudam a transmitir a grandeza da França que o filme quer retratar e, somado ao CGI, oferece uma boa experiência em uma tela grande de cinema. Quanto à história, o filme aposta em uma narrativa de vingança clássica, com pequenas modificações nos personagens e interesses dos protagonistas, ajudando, ao mesmo tempo, a localizar a história e trazê-la para os tempos atuais, mesmo que em uma França do século XIX. A direção do filme ainda convence, principalmente na forma de gerenciar os atores, permitindo que, mesmo com muitos personagens e mudanças de tempo, eles estejam alinhados e não fiquem confusos para o espectador entender quem está realizando cada ação e suas motivações.

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Pontos negativos: Apesar de “O Conde de Monte Cristo” ser uma leitura extensa, no cinema, querer adaptar grande parte da obra acaba por deixar o filme mais longo do que deveria, visto que muita coisa ou não poderia ser adaptada, ou teve que ser reformulada para facilitar o entendimento dos tempos atuais. Como consequência, temos uma narrativa que cansa o espectador, que, ao invés de sair da sala empolgado com a história, acaba por sair cansado. Outro ponto negativo é a disparidade da produção. Até metade do filme, somos apresentados a uma história com cenários emblemáticos, movimentos de câmera empolgantes e um deleite fotográfico. Porém, conforme o filme se aproxima do fim, cada vez mais temos cenas em salas escuras e conversas repetitivas, que evocam muito mais uma economia de produção do que, de fato, uma decisão artística.

Conclusão: ‘O Conde de Monte Cristo’ (2024): novo filme do premiado diretor Alexandre de La Patellière é uma adaptação honesta do clássico literário. Mesmo com liberdades poéticas, cumpre seu papel fundamental de introduzir esses personagens a uma nova leva de fãs e apreciadores, que, com o filme, podem mergulhar neste universo. Quanto aos fãs mais antigos, podem se decepcionar com as mudanças, mas certamente devem dar uma chance devido ao cuidado técnico que o filme se propõe.

Hugo Montaldi

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