Inspirado em uma história real, “O Bom Professor”, aborda de forma simples um dos maiores medos dos tempos modernos, enquanto discute o limite da fofoca.
História de O Bom Professor
Após ser acusado de assediar uma aluna, um professor de literatura tem vida vira do avesso ao se deparar com uma campanha de difamação em seu ambiente de trabalho. Levando-o a confrontar seus limites profissionais e sua sexualidade.
A história, assinada pela dupla de roteiristas Audrey Diwan e Teddy Lussi-Modeste, busca um olhar sensível sobre a vida de um homem que tem sua trajetória destruída. Porém, essa sensibilidade em excesso acaba resultando em um filme previsível. A revelação do equívoco que desencadeou todo o problema leva o filme a apresentar uma série de situações que estendem a narrativa e criam a esperança de um final feliz—algo que, no entanto, não se concretiza.
Outro aspecto que incomoda, é a construção de um personagem principal que, em muitos momentos, parece alheio à realidade em que está inserido. O traço do filme pavimenta o caminho para um final triste, coerente, mas deixa de ser usado de forma relevante na narrativa.
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Direção
Teddy Lussi-Modeste tem se mostrado um nome promissor no cinema francês. Seus filmes, um a um, têm buscado uma vertente autoral que o consolida como um grande artista. Em *O Bom Professor*, ele escolhe uma abordagem simples e intimista para a história, que reflete os medos de muitos homens. No entanto, sua visão intimista oscila entre a arte e a monotonia.
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Elenco
Talvez este seja o ponto forte do filme. François Civil entrega um personagem que se transforma ao longo da trama, perdendo, cena após cena, o “brilho de esperança nos olhos” e demonstrando um trabalho e preparo difíceis de alcançar, mesmo para atores veteranos. O elenco infantojuvenil brilha ao roubar a cena um a um, ganhando destaque do filme e deixando ele em segundo plano.
Conclusão
*O Bom Professor* é um exemplo de uma promessa de filme: uma história forte e impactante que teria tudo para se tornar um clássico, tanto artístico quanto visual. Contudo, prefere acomodar-se na sensibilidade, sem ousar ir além do previsível. Ainda assim, é um filme importante para ser assistido, especialmente por aqueles que buscam compreender os malefícios da fofoca e como uma acusação caluniosa pode arruinar a vida de uma pessoa. Um filme fraco, mas necessário para os dias atuais.
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