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Marvel em Crise: Kevin Feige Admite Erros?

A Marvel finalmente acordou ou está embarcando em uma nova era do marketing de super-heróis?

Quem acompanha os lançamentos do estúdio da “Casa das Ideias” notou, nos últimos anos, um aumento constante no número de produções. Na Fase Um, que começou em 2006 e foi até 2012, houve apenas 6 filmes — o que representa, em média, um filme a cada dois anos. Já a Fase Quatro, que ocorreu entre 2021 e 2022, contou com 7 filmes lançados em um único ano.

O estúdio manteve seu ritmo de produção, porém, o intervalo entre os lançamentos tornou-se cada vez mais curto, o que acabou cansando o espectador, dificultando o acompanhamento da narrativa do universo.

Se analisarmos o gráfico abaixo, feito pelo site Visual Capitalist, é possível ver uma queda considerável na arrecadação dos estúdios desde Vingadores: Ultimato. Embora haja a exceção do fenômeno Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, que reuniu três versões do herói. Os demais filmes — lançados durante ou após a pandemia — arrecadaram pouco, especialmente quando comparados aos altos investimentos de produção.

A qualidade percebida pelo público também caiu, como mostra o segundo gráfico, com dados do Rotten Tomatoes.

Quarteto Fantástico: Entre o Passado e o Possível

O esgotamento do público e o erro que vem dos quadrinhos

Em meio a esse cenário, durante uma coletiva de imprensa realizada neste domingo (20/7), o presidente do MCU, Kevin Feige, admitiu que o estúdio exagerou após Ultimato, e que a ordem agora é diminuir a quantidade de produções, cortar custos e priorizar a qualidade. Uma das formas encontradas de fazer isso será criar histórias isoladas, sem necessariamente se conectar com todo o universo compartilhado — como o novo Quarteto Fantástico.

Além disso, Feige também destaca a “sensação de dever de casa”. À medida que o universo cresceu, expandindo-se do cinema para o streaming, o público passou a ter de consumir uma quantidade enorme de conteúdo para entender o que estava acontecendo, o que prejudicou a experiência e dificultou o envolvimento com as histórias. E aí fica a pergunta: alguém realmente acreditou que essa ideia de um universo multimídia compartilhado daria certo?

Nos quadrinhos, o universo compartilhado da Marvel sempre foi algo que engrandeceu a editora. No entanto, com o aumento dos preços dos exemplares ao longo dos anos, o público passou a priorizar títulos de heróis específicos. Para contornar isso, a editora começou a lançar diversas revistas do mesmo personagem. Entre 1990 e 2000, por exemplo, o Homem-Aranha teve mais de 10 títulos próprios, o que acabou causando queda nas vendas e saturação da imagem do personagem.

Agora, anos depois, a empresa comete o mesmo erro em duas mídias distintas. Se antes os fãs tinham tempo para absorver a história e crescer com os personagens, hoje esse tempo foi encurtado com a avalanche de filmes e séries.

E ainda existe outro problema — que os quadrinhos aprenderam de forma amarga e que o cinema também terá de enfrentar: o tamanho da história. Quem era criança em 2006 e viu o surgimento desse universo, hoje é um adulto com contas a pagar e menos tempo para acompanhar tudo. Já as crianças de hoje têm centenas de horas de material disponível, o que também gera distanciamento e dificuldade de engajamento.

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O futuro da Marvel: reinício ou repetição?

Na mesma entrevista, Feige afirmou que o estúdio já começou a preparar seu “reset”, começando com novos atores para interpretar os X-Men após o arco Guerras Secretas. Da mesma forma também revelou que estão em busca de um novo Tony Stark e um novo Steve Rogers:

“Estamos utilizando esse arco não apenas para concluir histórias do pós-Ultimato, mas, tão importante quanto, para preparar o futuro”, afirmou Feige. “Ultimato tratava de finais. Guerras Secretas é sobre começos.”

Olhando de fora, parece que a Marvel foi vítima da própria ganância. Acreditou que a marca estava consolidada o suficiente, além disso, imaginou que o público compraria qualquer coisa, sem questionar a qualidade ou o enredo. Chegou a negligenciar os próprios aprendizados adquiridos nos quadrinhos. Isso reforça a velha frase: “Aqueles que não conhecem a história, estão fadados a repeti-la.”

Concluo perguntando: será que finalmente a Marvel aprendeu com os erros do passado — ou estamos prestes a vê-la repetir os mesmos equívocos?

Fontes:

MCU: gráfico completo mostra evolução (e queda) de bilheteria dos filmes | Minha Série

Hugo Montaldi

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