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Lindsay Lohan e o preço da fama precoce

Quem viveu o início dos anos 2000 certamente se lembra de Lindsay Lohan, atriz que ficou conhecida por seus papéis em filmes da Disney como Operação Cupido, Sexta-Feira Muito Louca e Herbie: Meu Fusca Turbinado. O público a reconheceu como um ícone de uma geração e exemplo para milhares de garotas ao redor do mundo Isso, até que o álcool, as drogas e suas polêmicas começaram a render mais notoriedade do que sua carreira de fato.

Assim como Lohan, outros atores mirins também enfrentaram esse tipo de problema: Macaulay Culkin, Amanda Bynes, entre outros. Desde a infância, os pais criaram, treinaram e incentivaram seus filhos a viver sob os holofotes, confundindo suas vidas pessoais com a profissional

SEXTA-FEIRA MUITO MAIS LOUCA AINDA: A Sequência que Cheira aos Anos 2000!

Mas por que isso acontece?

O trabalho de um ator, à primeira vista, pode parecer simples: basta decorar falas e repeti-las diante de uma câmera. Uma pessoa leiga poderia argumentar que qualquer um pode fazer isso. Mas a verdade é: não pode. Ser ator é, acima de tudo, lidar com rejeição. Não importa o quão inteligente, preparado, carismático ou bonito você seja — muitas vezes, fatores externos decidirão se você consegue ou não o papel. E, caso consiga, ainda terá de enfrentar horas de ensaio, espera, tédio e o risco de sua participação ser cortada por questões narrativas, sobre as quais você não tem controle.

Se você for o protagonista, a pressão é ainda maior. Você se torna o rosto da obra, e se ela for mal recebida, as críticas podem ser não apenas negativas, mas cruéis e desproporcionais. Muitos atores desistem da profissão ao enfrentar esse tipo de julgamento.

Quando se trata de um ator mirim, tudo parece pior.

Muitas vezes, a criança entra no estrelato não por vontade própria, mas porque um pai ou uma mãe projeta nela um sonho pessoal — como foi o caso da atriz Jennette McCurdy. Quando os filhos começam a ganhar notoriedade e dinheiro, muitos pais abandonam seus empregos para se tornarem seus empresários. De repente, uma criança que poderia estar brincando se torna o sustento da família. Isso significa que uma crítica negativa pode não apenas afetar o ator, mas toda a estrutura familiar.

Talvez não exista nada mais cruel para uma criança do que se tornar famosa ainda na infância e ser obrigada a viver sob regras impostas pela sociedade e pelas expectativas dos fãs. Saber que um erro pode comprometer a saúde financeira familiar e prejudicar seu estilo de vida, além de uma carga emocional imensa. Decisões que deveriam ser enfrentadas por adultos acabam recaindo sobre jovens que, muitas vezes, iniciam suas carreiras aos cinco ou seis anos — ou até menos.

Isso significa que não deveriam existir mais atores mirins?

Essa é uma pergunta difícil de responder. A indústria audiovisual precisa de atores de todas as idades para contar histórias da melhor forma possível. No entanto, os estúdios e realizadores precisam ter bom senso ao contratar e lidar com crianças. E, principalmente, a mídia deve ter responsabilidade e evitar criar publicações sensacionalistas envolvendo menores de idade, mesmo sabendo que isso atrai cliques e gera lucro.

Da mesma forma, nós, como público, precisamos questionar qualquer jornalista, criador de conteúdo ou veículo que explore a imagem — e especialmente as polêmicas — de crianças para alavancar suas vendas.

Esse é um debate sem fim. Enquanto houver cinema, haverá atores mirins. Não podemos negar isso. Mas podemos conversar e buscar alternativas para tornar esse ambiente mais saudável no futuro.

Hugo Montaldi

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