O novo filme do premiado diretor Darren Aronofsky, Ladrões, promete uma história de ação e aventura com referências ao mundo do beisebol, mas será que consegue cumprir a promessa?
Na história, acompanhamos um ex-jogador de beisebol que, após um acidente, é obrigado a buscar outro rumo em sua vida. Uma noite, seu vizinho pede que ele cuide de seu gato de estimação enquanto viaja. A partir daí, ele se vê perseguido por criminosos que desconfiam que ele tenha informações importantes, fazendo-o navegar por um mundo que jamais imaginou.
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Ladrões e a estética Punk
Aronofsky tem uma característica marcante em seus filmes: ele consegue adotar uma estética e explorá-la à exaustão em suas obras para mostrar diferentes possibilidades de como ela pode ser aplicada. Aqui, ele usa a estética punk tanto em questões visuais — como cenografia, figurino e maquiagem — quanto na forma de filmar, com um jogo de câmera que causa impacto e, ao mesmo tempo, reflexão entre as cenas. Charlie Huston assina o roteiro, adaptando o próprio livro que inspirou o filme.”
Outro ponto que o filme trabalha bem é a parte sonora, não somente com as músicas, mas com elementos de ruídos que conseguem gerar desconforto e, ao mesmo tempo, manipular os sentimentos dos espectadores atentos. Cada decisão certa ou errada do protagonista leva o espectador a torcer — ou não — por ele.
O trabalho do Elenco
No elenco, Austin Butler consegue entregar um personagem com carisma o suficiente para nos importarmos e irritante o bastante para não apoiá-lo em todas as suas decisões. Ele ainda consegue construir uma química romântica importante para o desenvolvimento da trama, junto com Zoë Kravitz. Porém, a atuação de Matt Smith é dúbia. Ao mesmo tempo que ele interpreta um personagem com pouco tempo de tela e se esforça para entregar algo verdadeiramente diferente do que está acostumado, seus trejeitos sempre retornam ao imaginário de seu papel como o Doutor na série britânica Doctor Who, o que destoa da proposta que o filme tenta empregar.
Em resumo, Ladrões é um filme que consegue prender o espectador e ainda fazê-lo torcer pelos personagens. Possui uma estética única e envolvente e, mesmo com pontos positivos notórios, peca no gerenciamento de seus astros e, sobretudo, na forma de lidar com decisões simples que acabam alongando a trama. É um filme divertido que deve agradar e empolgar quem gosta do gênero e, de quebra, tem referências ao beisebol que devem agradar os fãs do esporte, mesmo que em alguns momentos, estas referências pareçam jogadas na tela.
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