Kickflip é uma manobra de skate. Foi com estas palavras que o diretor Lucca Filippin apresentou seu filme na 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes. O longa, que explora a subcultura “emo” na internet dos anos 2010, ao mesmo tempo, como um drama e um registro nostálgico do período.
Estilo e Técnica Cinematográfica
Usando uma técnica popularizada por “A Bruxa de Blair” em 1999, o filme é um recorte de momentos e cenas feitas por câmeras amadoras, como se alguém as tivesse encontrado e juntado para produzir tal filme. É difícil olhar para “Kickflip” sem se questionar a intenção da obra e sua visão, uma vez que temas como depressão, bullying, relacionamentos tóxicos e dramas adolescentes são projetados na tela como se fossem a normalidade ou mesmo a regra para quem vive tais situações, o que não é verdade.
Análise e Impacto
Talvez o ponto mais crucial desta obra seja a lembrança de um passado recente que ele propõe abordar. No entanto, a obra se torna longa em demasia, principalmente quando a repetição de temas se intercala com referências a um YouTube de 2010 que não existe mais, forçando o espectador a relembrar tais fatos ou permitir-se ficar na ignorância para não reviver um passado problemático.
Conclusão
“Kickflip” é uma boa ideia feita por uma equipe jovem, que pelo resultado tem condições de produzir muitas obras primorosas num futuro próximo. No entanto, ainda sim é uma boa ideia de um curta-metragem alongado em exagero para se tornar um longa. Um filme divertido no final das contas, mesmo que cansativo.
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