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Filmes na TV Aberta: Relevância em Tempos de Streaming

O impacto da televisão no cinema

O cinema está morrendo. Essa era a frase proferida com o surgimento da televisão. Porém, não demorou para que as emissoras de TV aberta percebessem que incluir filmes em sua programação seria uma boa forma de a preencher espaços entre um programa e outro e, claro, manter a audiência.

Segundo o jornalista Flavio Ricco, em um artigo publicado em 2023: “A média de audiência de um longa-metragem, em quase nada, se altera durante o tempo em que está no ar. Existe uma fidelidade e regularidade por conta dos pontos.”

Sendo a televisão um negócio que sobrevive, em parte, devido ao valor dos pontos de audiência, e somando-se ao fato de que o Brasil é o maior consumidor de televisão da América Latina—segundo dados divulgados pela Kantar Ibope em 2023, que mostram que o consumo de TV aberta no Brasil corresponde a 10% da audiência—entende-se a importância do investimento em filmes na TV aberta. Porém, as percepções podem variar entre os indivíduos.

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A ascensão do streaming e o futuro da TV aberta

Hoje, porém, não questionamos mais se o cinema irá ou não morrer; o assunto em voga é justamente a televisão. Com o aumento do número de serviços de streaming, ainda vale a pena assistir a filmes na televisão?

Questionei a atriz e produtora Danielle Delanelli sobre a importância da exibição de filmes na TV aberta. Em sua visão, a transmissão de filmes em rede aberta é de suma importância, pois é um dispositivo acessível a todos e alcança uma grande audiência. Ela aponta que muitas pessoas ainda não possuem acesso aos serviços de streaming ou enfrentam dificuldades para utilizá-los, o que torna a televisão um meio mais democrático.

Já para o historiador Rafael do Prado, o streaming substituirá a televisão. No entanto, ele acredita que não se propagará tanto quanto a TV aberta. Segundo ele, o streaming cria segmentos: uma pessoa não necessariamente tem acesso a todos os serviços e, consequentemente, aos mesmos catálogos. “Quando você tem TV aberta, você vê o que a TV aberta impõe, mas, mesmo assim, é mais democrático. A Netflix, por exemplo, não vai oferecer outra coisa além do que o algoritmo está moldado para mostrar.”

Por outro lado, o crítico de cinema Helvécio Parente discorda dessa visão. Segundo ele, as novas gerações estão cada vez mais desconectadas da TV aberta, que vem perdendo espaço ao longo dos anos.

Conclusão

A evolução dos meios de consumo de filmes reflete mudanças profundas nos hábitos da sociedade. Embora o streaming tenha transformado como acessamos conteúdo, a TV aberta ainda mantém sua relevância como um meio democrático e acessível a diversas camadas da população. Enquanto alguns especialistas defendem que a televisão tradicional será gradativamente substituída pelo streaming, outros ressaltam que seu alcance e impacto continuam significativos. No fim das contas, o futuro do audiovisual não será marcado por uma substituição absoluta, mas sim por uma coexistência entre formatos, onde o público decide qual melhor se adapta às suas necessidades e realidade.

Hugo Montaldi

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