Brendan Fraser está de volta aos cinemas em Família de Aluguel, filme que explora os dilemas da solidão e da importância de um ombro amigo, mesmo que seja somente por um curto período.
Na História:
Acompanhamos um ator com dificuldades financeiras no Japão que acaba sendo contratado para interpretar um amigo de um homem que supostamente acabou de falecer. Porém, logo ele descobre um peculiar hábito japonês: contratar atores para interpretar parentes e amigos próximos a fim de resolver problemas pontuais ou simplesmente escapar da solidão. Relutante, o ator decide embarcar neste trabalho, mas o que parecia algo simples se torna um desafio que envolve muita reflexão e, principalmente, compaixão.
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Reflexão Ética em Vez de Drama
Apesar de possuir piadas em sua trama e em alguns momentos se apresentar como sendo parte deste gênero, a narrativa decide focar mais na reflexão do que propriamente dito no drama em si.
Conforme o ator protagonizado por Fraser conquista a confiança de seus clientes, mais próximo a eles se encontra, e momentos de limites éticos e morais são apresentados. Vemos ele desde atuar como amigo, a marido e pai, tudo para representar alguém que de alguma forma poderia trazer conforto para seu contratante. Seria fácil para o longa explorar o drama de tais decisões, principalmente usando músicas que combinassem a fim de fazer o espectador se emocionar ou até mesmo chorar. A abordagem aqui enfatiza as consequências e apresenta momentos satisfatórios de como tais situações podem ocorrer e ser resolvidas.
Outro ponto que enriquece a obra é como o longa explora as paisagens e a cultura japonesa, mostrando principalmente para tornar o longa uma obra relaxante. Este contraste permite que o espectador tire suas próprias conclusões sobre os temas e consiga olhar para as situações e decisões com o olhar dos próprios personagens.
O Excesso de Personagens
Porém, o longa peca em seu excesso de personagens, que sem exceção conseguem se mostrar como fundamentais para a trama e mesmo para o amadurecimento do protagonista. Contudo, mesmo aproveitando bem o espaço de tela, o espectador sente um gosto de ‘quero mais’, principalmente ao tentar entender como outras óticas para cada situação poderiam ou não ser abordadas.
“Família de Aluguel” certamente é um filme que merece ser assistido, principalmente como uma forma de relaxar e refletir tanto pela vida quanto pelas suas escolhas. Uma obra que, mesmo lidando com temas como a tristeza e o esquecimento, consegue encantar não somente pela história, mas pelo respeito na forma de lidar com o tema.
