Drácula voltou aos cinemas, Desta vez sob a direção de Luc Besson, cineasta responsável por clássicos como O Profissional e O Quinto Elemento. Em uma história que mistura amor e investigação, resta a dúvida: será que funciona?
Após a morte de sua esposa, o príncipe desiludido renuncia a Deus e é condenado à vida eterna. Desde então, passa a buscar reencontrar sua amada. Enquanto isso, no século XV, um padre e um médico investigam eventos estranhos ligados a uma mulher que teve um surto em pleno casamento.
A dificuldade de criar algo novo com Drácula
O personagem concebido por Bram Stoker é, sem dúvida, uma das figuras mais influentes do cinema — já tendo aparecido em mais de 200 filmes. O Conde da Transilvânia já foi retratado como uma figura gótica e imponente, mas também como um personagem clichê e cômico. Diante disso, é difícil imaginar uma abordagem realmente inédita.
A saída de Besson foi apostar em um lado mais humano do personagem e explorar sua relação romântica com a esposa falecida. No entanto, o modo como o filme aborda esse aspecto torna tudo excessivamente exagerado, criando uma visão fantasiosa do amor que oscila entre o espalhafatoso e o brega.
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Duas narrativas que se complementam
O filme se divide em duas histórias: de um lado, acompanhamos a jornada de Drácula em busca de sua amada; do outro, temos as investigações conduzidas pelo padre — interpretado por Christoph Waltz — que protagoniza uma típica trama policial. Enigmas bem construídos e boas deduções, somados à qualidade técnica da atuação de Waltz e à fotografia, criam uma atmosfera envolvente que acaba surpreendendo e dominando a narrativa.
Sem medo de ser brega
Tecnicamente, o filme se apresenta em dois segmentos distintos. As partes da investigação são sérias, com fotografia escura e trilha sonora dramática. Já os trechos relacionados a Drácula e suas memórias são extremamente coloridos, exagerados, e incluem até cenas de dança que parecem saídas de um filme bollywoodiano.
Essa diferenciação, que a princípio pode causar estranhamento, torna-se justificável ao entendermos sua intenção: mostrar que o amor, mesmo quando brega, merece ser valorizado.
Conclusão sobre Drácula de Besson
Drácula: Uma História de Amor Eterno é um filme divisivo. Embora tenha muitos pontos positivos, também possui aspectos que dependerão do gosto pessoal de quem estiver assistindo. As cenas espalhafatosas podem afastar quem busca uma obra mais sombria e dramática — mesmo que parcialmente compensadas pelas sequências investigativas, não são suficientes para agradar a todos.