É difícil conhecer algum brasileiro que não tenha assistido a Chaves ou Chapolin. Os icônicos personagens de Roberto Bolaños encantaram o público que assistia ao SBT desde 1984. Porém, devido a problemas contratuais com a mexicana Televisa, ambas as séries estiveram fora da TV há quatro anos. E agora voltam divididos em três momentos ao longo do dia.
Durante a tarde, Chaves entra no ar às 12h45 e fica até 13h30, antes do folhetim Carinha de Anjo e após Primeiro Impacto. Durante a noite, o programa fará parte do horário nobre da emissora, entre 20h45 e 21h05.
Porém, vamos refletir: vale a pena voltar com o Chaves para a TV aberta, e principalmente tantas vezes na programação?
Pontos favoráveis para a volta:
- Chaves e Chapolin possuem uma grande legião de fãs no Brasil e historicamente sempre deram audiência na emissora, principalmente por serem uma alternativa aos programas sensacionalistas de outras emissoras.
- Por serem “enlatados”, ou seja, produtos comprados de outra produtora, o custo de colocar os programas no ar é menor do que produzir novos programas do zero no país, que podem não ter o mesmo impacto.
Pontos desfavoráveis para o retorno:
- Chaves e Chapolin são programas originais dos anos 1970. Apesar de ainda conseguirem tirar risadas, é inegável que a qualidade técnica já está datada.
- Apesar de terem seus fãs, é inegável que os personagens não têm mais o mesmo apelo com novos públicos que tinham no passado. Hoje, com os serviços digitais e a ampla gama de produtos destinados a crianças, os personagens de Bolaños estarão restritos a um público cada vez mais velho e movido pela nostalgia. Algo que não parece ser o foco, visto que na programação da noite, as produções mexicanas serão exibidas entre a novela infantojuvenil da emissora.
Conclusão:
Chaves é um marco televisivo, mas sua volta para a TV, em horário nobre, pode ser um risco, principalmente por causar estranhamento no público jovem que a emissora vem tentando conquistar. Mas não ter os programas de Bolaños também seria um erro, visto sua legião de fãs fiéis. Uma solução viável seria exibi-lo aos finais de semana, em algum horário da manhã, nos quais os pais pudessem usá-los para criar relações com seus filhos. Inclusive, esta seria uma ótima campanha para a emissora: “SBT, a emissora que ajuda a unir a família brasileira.”
Colocá-lo de volta em dois turnos da grade de programação, ainda mais no horário nobre, além de representar uma falta de criatividade, é apostar em uma fórmula que, a cada dia, fica mais defasada.