Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Centro Ilusão e a Frustração do Artista | Crítica

1. A Frustração do Artista em “Centro Ilusão”

Talvez um dos maiores clichês quando falamos de arte seja a ideia da chamada “Frustração do Artista”, e “Centro Ilusão” sabe explorar bem esse clichê.

O filme, exibido no Festival do Rio e recentemente na Mostra de Cinema de Tiradentes, vem conquistando admiradores devido à sua simplicidade:

Dois artistas de idades e experiências distintas que buscam o sucesso por meio de suas músicas.

E talvez o filme chame a atenção justamente por isso, dois personagens a princípio diferentes, mas com o mesmo sonho. De um lado, um homem beirando seus cinquenta anos, que está cada vez mais descrente com seu sonho de fazer sucesso. Do outro, um jovem na casa dos vinte com o olhar ainda esperançoso, mas aos poucos percebendo a dura realidade.

2. Reflexões sobre a Arte e o Mercado

Filósofos e pesquisadores discutem há anos, buscando entender por que ela a arte nos influencia e por que as pessoas sentem a necessidade de produzi-la. A verdade é que, nas sociedades modernas que vivemos, a arte virou sinônimo de produto; ela precisa entreter, ser bela, causar sentimento e, ao mesmo tempo, ser comercial, a fim de garantir que um músico, por exemplo, consiga, com suas composições, viver. Precisando, as veze, mudar sua forma artística de pensar a fim de agradar a um mercado cada vez mais exigente e cada vez mais descartável.

Pedro Diogenes compõe “Centro Ilusão”, uma resposta clara de que a vida artística pode ser uma linha de aprendizados que moldam o caráter do indivíduo.

Conclusão

O filme, mesmo com problemas em cenas específicas quanto à interpretação de atores em momentos específicos, em suma, no primeiro terço do filme (quando os personagens continuam sendo apresentados ao público) Diálogos que poderiam ser emblemáticos, perdem a força. Mas talvez, refletindo, seja algo intencional, visto que o filme trata justamente de frustração como seu fio condutor; apresentar um ponto fraco justamente nos diálogos, de forma intencional, traz uma força para o filme que condiz com a história.

Outro ponto a se considerar é a direção de arte, que busca referências à cultura pop, que vão desde uma fantasia de Power Rangers a referências à cultura punk e à arte urbana do início dos anos 2000. Junto com a edição das cenas, que misturam a clássica narrativa do cinema com efeitos periféricos dignos dos melhores clipes da MTV, tornam um filme sobre arte em um filme de arte.

Talvez a melhor crítica que alguém poderia fazer seria o fato de as músicas não serem inteiramente integradas à obra, não completando assim o ciclo do musical, tornando a somente “musicada”. Este é o segundo ponto de frustração para o espectador: um filme com potencial de ser uma obra musical brasileira, mas que prefere não ser.

“Centro Ilusão” deve ser apreciado pelos seus temas e por abraçar a frustração como arte, apresentando personagens e conceitos que fazem refletir e sonhar. Um excelente filme de festival e um bom filme para as salas comerciais.


Leia também- 31 de Janeiro de 2025: Reflexões sobre a Mostra de Cinema de Tiradentes

Hugo Montaldi

Compartilhe

Hugo Montaldi

Compartilhe

Deixe aqui seu comentário

Deixe aqui seu comentário

Posts Relacionados

O ENCONTRO DO MUNDO NERD COM O MUNDO AUDIOVISUAL

Hugo Montaldi Cinema-Copyright 2025©Todos os Direitos Reservados