Branca de Neve da Disney é um clássico absoluto, não somente por ser o primeiro filme animado em longa-metragem do estúdio, mas também da história do cinema. Mesmo se tratando de uma história de domínio público, é inegável que, quando falamos na personagem, a primeira versão que vem à mente é a do aclamado filme de 1930.
Em 2016, foi divulgado que a empresa do Mickey Mouse estaria trabalhando em uma adaptação com atores reais do filme que ajudou a construir o estúdio, e rapidamente polêmicas envolvendo a produção tomaram conta. Dentre elas, a escolha do elenco: Rachel Zegler foi escalada para o papel-título, enquanto a israelense Gal Gadot foi escalada para o papel da Rainha Má. As polêmicas se intensificaram em 2022, quando o ator Peter Dinklage, conhecido pelo seu trabalho em Game of Thrones, alegou em entrevista:
“Literalmente, sem ofender ninguém, mas fiquei um pouco surpreso quando eles ficaram muito orgulhosos de escalar uma atriz latina como Branca de Neve, mas você continua contando a história de Branca de Neve e os Sete Anões. Dê um passo para trás e olhe. Não faz sentido para mim… Você é progressista de certa forma, mas continua contando aquela história invertida sobre sete anões vivendo juntos em uma caverna, o que diabos você está fazendo, cara? Não fiz nada para ajudar na minha causa? Acho que não estou falando alto o suficiente. Não sei que estúdio é esse, mas eles estavam tão orgulhosos disso. Todo amor e respeito à atriz e a todas as pessoas que achavam que estavam fazendo a coisa certa. Mas eu fiquei tipo, o que você está fazendo?”
Como resultado, a Disney decidiu que “para evitar reforçar os estereótipos do filme de animação original, estamos adotando uma abordagem diferente com esses sete personagens e consultando membros da comunidade de nanismo”.
Assim, após filmagens e refilmagens, chegamos a hoje, dia 3 de dezembro de 2024, em que a Disney lançou o seguinte trailer:
O trailer se destaca por um uso predominante de CGI (efeitos de computação gráfica), mantendo somente dois ou três atores-personagens reais (e alguns figurantes), e o resto composto digitalmente.
De fato, a Disney cumpriu com a decisão de não conter atores com nanismo, mas, como consequência, temos personagens caricatos que tentam emular o visual dos personagens clássicos do desenho de 1937 e que causam estranheza próximo à protagonista, mesmo que a qualidade das imagens pareça muito bem feita.
Outra coisa que podemos notar é uma mudança na história, visto que, enquanto na animação clássica, o foco era a perseguição da Rainha Má contra a Branca de Neve, aqui aparentemente teremos uma subtrama da protagonista tentando recuperar o reino de seu pai, usurpado pela sua madrasta.
O trailer ainda tenta evocar a nostalgia, usando cenas e músicas da animação de 1937, porém tentando modificar a história para algo que dialogue mais com os dias atuais. Se no passado a perseguição da antagonista se dava por uma beleza física, aqui, ao que o trailer indica, será uma beleza interior.
Tais mudanças parecem interessantes, mas será que serão funcionais? Ou será uma estratégia da gigante do entretenimento a fim de surfar na memória afetiva de nostálgicos que, a qualquer indício de mudança de histórias que marcaram a sua infância, perdem horas em redes sociais e indiretamente promovem gratuitamente produções que, sem tal hype, seriam facilmente esquecidas?
A verdade é que, feito de caso pensado ou não, o trailer já é um dos assuntos mais comentados na internet mesmo em 5 horas após seu lançamento, e, mesmo com tamanha discussão, certamente atrairá olhares atentos em seu lançamento e fará bilheteria com o dinheiro de curiosos que irão assistir ao filme simplesmente pela curiosidade de saber como tal história fora adaptada.
o filme estreia dia 20 de março de 2025, somente nos cinemas
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