No dia 27 de agosto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto que prevê a regulamentação da TV 3.0. A cerimônia, contou com representantes das maiores emissoras de TV do Brasil e teve como destaque a promessa de que a tecnologia será uma revolução na forma de ver televisão. Mas será que é mesmo?
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O que a DTV+ oferece?
Um dos grandes destaques desta TV 3.0, que será chamada de DTV+, é a união dos sinais de radiodifusão com a internet, o que possibilita imagens e som de melhor qualidade e, principalmente, a facilidade de fazer compras.
Esta mudança, que ocorrerá ao longo de 15 anos, significa teremos que comprar equipamentos mais caros ou conversores para garantir sua entrada nesse mundo tecnológico. Embora promissora, a tecnologia parece atender prioritariamente aos interesses das emissoras, em detrimento da experiência do espectador.
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O espectador se torna usuário
Com a internet, o espectador se tornará um usuário, como alguém que usa o YouTube, por exemplo, e terá que conviver com propagandas personalizadas. Isto aumenta a possibilidade de marcas e empresas atingirem clientes específicos e do exato segmento que seu produto precisa.
Com a DTV+, empresas deixam de apostar na audiência geral e passam a garantir que seus comerciais alcancem diretamente o público-alvo, com precisão e eficiência. O modelo das emissoras de TV é justamente baseado na propaganda, o que significa que, em um mundo em que a televisão funciona como a internet, a emissora será capaz de vender o mesmo espaço publicitário para centenas de empresas distintas e deixar uma espécie de algoritmo escolher que consumidor irá assistir a cada propaganda, algo que já ocorre nas redes sociais.
Para o espectador, a única grande diferença aparente será a qualidade de imagem e de som. Isso levanta outro questionamento: será que esta mudança é realmente necessária para o público? Será que as emissoras conseguirão usar essa tecnologia para inovar sua programação, ou é apenas uma desculpa para que as empresas de radiodifusão ganhem mais dinheiro fornecendo as mesmas programações?
Nos próximos anos, conviveremos com a TV 3.0, mas se ela irá de fato funcionar e revolucionar, só o tempo dirá.
