A Arte Emblemática e a Narrativa Universal de A outra Forma
A coprodução Colômbia-Brasil, A Outra Forma, apresenta um filme que consegue ser, ao mesmo tempo, lindo e causar os mais terríveis desconfortos. A arte emblemática do filme de Diego Guzmán é um dos pontos de destaque, apoiando-se totalmente nas imagens e nos sons. Para ter uma narrativa universal, a escolha de não usar diálogos acaba por deixá-lo ainda mais emblemático.
Na história, acompanhamos um mundo em algum futuro distante, onde pessoas aceitam mutilar seus corpos a fim de torná-los cada vez mais “quadrados” para atingir um padrão pré-estabelecido e transcender a um mundo idealizado.
Reflexões e Imersão Sonora
As reflexões que o filme traz ao espectador tornam-no uma demonstração de uma obra de arte em animação, mesmo que o desconforto ultrapasse os limites em determinados momentos, ao ponto de se tornar choque pelo choque. Quanto à história, o filme cumpre seu objetivo de criar algo linear. Mesmo com a ausência de diálogos, consegue prender o espectador e guiá-lo por toda a narrativa, com momentos filosóficos que só serão compreendidos após o término do filme.
Talvez o mérito seja justamente o som que o filme utiliza, tanto as músicas quanto os ruídos, que ajudam a causar a imersão necessária, proporcionando alegria e desconforto de forma correta. Mas o maior charme que o filme pode trazer, seja isso intencional ou não, é a quantidade de referências a clássicos da ficção científica como 1984 e Fuga do Século 23, algo muito positivo.
Conclusão
A Outra Forma é uma animação que certamente mostra que a América Latina está se desenvolvendo cada vez mais na indústria do cinema. O filme é um exemplo de animação de qualidade, apresentando uma história imersiva e chocante que deve agradar a qualquer fã de uma boa ficção científica.
Globo de Ouro, A substância, Fernanda Torres e mais