O cinema, além de ser uma forma de arte e uma ferramenta de comunicação, cumpre a função de relembrar o passado, e “12.12: O Dia” é um exemplo disso.
O Golpe Militar e a Dramaticidade de 12.12: o Dia
Após a morte do presidente da Coreia do Sul, um grupo de militares, vendo o rumo que o país, e principalmente o exército, está tomando, decide usar sua força política para tramar um elaborado golpe no dia 12 de dezembro e assumir o controle do país.
O filme, baseado em um acontecimento real, utiliza a dramaticidade para imaginar o que de fato ocorreu nos corredores do exército sul-coreano até os eventos daquele dia.
A Complexidade da História e a Técnica Cinematográfica
Falar deste filme sem ter conhecimento da história da Coreia do Sul parece uma tarefa complicada, visto que o filme parte do princípio que o espectador conhece tais ocorridos. A discussão se torna ainda mais confusa quando ficamos na dúvida do posicionamento político do filme, algo que deve ser claro para quem de fato conhece a história do país. O que não é meu caso. Por este motivo, irei falar somente da qualidade técnica do filme, desconsiderando a parte histórica.
Um dos acertos do filme está na figura de seu protagonista, interpretado por Hwang Jung-min. O ator consegue convencer como um general egocêntrico que, com seus sonhos de grandeza, convence seus subordinados a seguir em sua empreitada. A atuação se torna mais imponente quando o espectador consegue ter raiva de seu personagem pelo simplesmente por estar em tela. Sua presença nos faz torcer para que ele não consiga concretizar seu plano. Um acerto primoroso.
Já a fotografia consegue trabalhar as cores do longa, permitindo que a escuridão tome conta conforme os acontecimentos e a noite evoluem. Quanto mais sombria a guerra se transforma, mais escura e azulada a imagem fica. Esta escolha ajuda a transmitir a ideia de que, se existe ainda uma esperança, ela está longe de aparecer.
Conclusão
Tecnicamente, “12.12: O Dia” é um exemplo de bom cinema, com atuações convincentes e uma escolha estética que transmite a mensagem proposta. Porém, a falta de familiaridade com a história do país acaba por torná-lo menos imponente para o mercado internacional do que ele poderia ser.
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